quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Não consigo viver sem catchup, sem quick de morango, sem queijo e sem privina. Consigo viver na bagunça, longe, sem homem, sem qualquer coisa assim sem muita importância mas sem o quarteto que eu mencionei antes não dá. Eu gosto de sentar a bunda no café da praça, pedir um suco de laranja, levar uma hora pra tomá-lo e ir embora. Amo a casa da Amanda, se um dia me correrem de casa eu junto meus trapinhos e pergunto pra Amanda se ela me adota. Gosto de dormir nas horas vagas, na aula, no ônibus, emfim, sempre que possível. Não gosto de quem não compreende quando eu estou ocupada dormindo. Não gosto de homem que não finge que é cavalheiro, que eu tenho que estar ensinando: "agora tu faz isso, agora tu faz aquilo" pq não tenho muita didática. Gosto de coisas peculiares como manga com rúcula, arroz com catchup e homem que ninguém gosta, afinal eu detesto concorrência, gosto de coisas assim mais fáceis, os desafios eu deixo pros outros. Pessoas peladas é uma coisa que eu acho muito engraçada. Extrato bancário é uma coisa que me deixa em depressão. E eu sou uma coisa chata que tô toda hora usando a palavra coisa só pra implicar com minha irmã que diz que "coisa" é uma palavra que não quer dizer nada.

domingo, 30 de maio de 2010


Minha mãe diz que eu não tenho limites pra nada e ela ta coberta de razão até o último fio preto ou branco de cabelo.

Meu padrinho diz que eu sou a mais alta e a mais bonita de todas e padrinho não mente.

Meu namorado diz que eu faço cara de smile de msn. (Se padrinho não mente, talvez ele se engane, né?)

A amiga meio bruxa da mãe diz que eu sou briguenta, mas se tu andares na linha comigo eu sou um amor e faço até cara de smile de msn pra ti!

O maluco acha feio eu roer minhas unhas mas eu nem faço isso mais, a não ser que uma unha quebre daí eu rôo as outras todas só de raiva.

A vizinha do andar debaixo não gosta que eu ligue a máquina de lavar de madrugada, mas eu gosto!

A Taís loira-ruiva-morena-sei lá que cor diz que eu não tenho jeito!

Esta não é uma história de amor


Ele é lindo, tem os olhos mais castanhos e mais esperançosos que você já viu. Quantas coisas estes olhos tão castanhos tem a te dizer, quantas coisas tem a te acrescentar e a te ensinar. Dono de um sorriso branco e cheio de desejos. Capaz de acabar com todos os seus medos e capaz de te fazer rir. Eu disse te fazer rir. Te fazer rir sem motivo, sem medo do perigo, sem frescura, sem bobagem, sem censura. Ele é alto sem ser mongol, daqueles altos que te abraçam e te levantam, que tu tem que beijar na pontinha do pé, que se abaixam para fazer juras de amor no seu ouvido. Você se sente tão pequena e tão frágil perto dele, o que é ótimo, afinal ele te protege, faz tu se sentir segura. Faz tu te sentir tantas coisas que tu nem imaginava que poderia ser. Daí um belo dia ele olha nos teus olhos e te diz: Eu curto Armandinho.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010


Quando meus pais se separaram e o pai foi morar longe (uns dois quarteirões da minha casa) eu virei o porta-retrato com a foto dele pra parede e achei que pudesse ser feliz pra sempre ganhando dois presentes de aniversário.

Quando eu mudei de colégio, na quinta série, eu queria brincar de Barbie e assistir chiquititas, mas minhas colegas queriam ficar com os guris da oitava.

Quando eu tava na oitava eu fui a penúltima da sala a beijar. A mais feia da aula conseguiu tal proeza e eu "dei jeito na vida", fiquei com um guri que agora é emo e eu, uma traumatizada (quando ele ler isso, talvez, uma mulher morta).

Quando eu morei sozinha e não tive dinheiro pra comprar um sorvete no fim de semana, eu dei mais valor pro tomate quase estragando na geladeira.

Quando eu vi meu quarto MUITO desarrumado, eu simplesmente deixei ele muito desarrumado.

Quando eu levei o primeiro pé na bunda eu achei um absurdo alguém ter o direito de não me querer e quando levar o vigésimo, continuarei a achar absurdo. Mas quando eu quis dar o pé da bunda eu descobri que eu não era capaz de fazer isso. Não que eu seja uma pessoa muito boa, veja bem, é exatamente o contrário, eu prefiro manter a ponta-pé até ouvir a palavra mágica "Fim" (Explicado os 19 pés, né?).

Quando eu pesei mais que o meu pai eu percebi que os membros da família podem ser os teus piores inimigos.

Quando eu precisei de grana eu vendi minhas coisas e quando eu não precisei também, afinal eu vivo num mundo capitalista.

Quando eu bebi demais eu fiz coisas que eu não acreditaria mas não vou escrever aqui porque, na verdade, eu ainda não acredito.

Quando eu reli tudo isso eu percebi que eu queria escrever melhor, que eu queria aprender mais, que eu queria ensinar mais, que eu queria viver mais. Mas eu não queria, nem por um segundo, esquecer de quem eu sou.