sábado, 16 de junho de 2007

Produto mistérioso

Chego na farmácia e vejo uma fila, atrás do balcão uma loira de um lado e uma morena do outro, um homenzinho percorria a fila pegando as compras das pessoas e anotando os pedidos que tivessem que ser retirados direto no balcão(quase um mc donald´s). A loira berrava "diane 35" e a menina de 14 anos que queria fazer besteirinha no final de semana mas jurava para todo mundo que tomava pílula para controlar as espinhas se dirigia até a loira. "Deltacid" berrou a morena, e uma piolhenta se dirigiu até ela para pagar o seu produto. "Prozac", e lá foi o depresivo se dirigir até o caixa, "benegripe", e lá se foi o ranhento todo sorridente.

Avistei um colega de aula e mais uma conhecida de infância na fila. Peguei o meu produto e comecei com um pensamento positivo: não vou ter vergonha! Encostei o meu produto na barriga e pressionei com a pasta contra mim como se estivesse segurando a pasta e somente ela. "Corega tabs", vai lá dente amarelado pegar a chave da sua felicidade. Chegou a minha vez, cheguei ao caixa sã e salva(sou muito estrategista, sempre). Me atende o pateta que antes estava percorrendo a fila.
- Somente isso?
- Não. Seu Panvel, eu quero também um negócio pra me manter acordada, parece que se chama ligadão.
- O ligadão nós não temos, mas temos esse aqui que é semelhante.
- Tá, mas semelhante como? (Trancar filas é minha especialidade. Reze para nunca ficar atrás de mim na fila de ônibus)
É nesse exato momento que toca meu telefone e anta loira berra "Absorvente". Atendo o celular, debato com o farmacêutico sobre o negócio pra me manter acordada e penso: vai lá ô menstruada. "Absorventeeeee", a anta loira sacode o troço pra cima, esperneia, só faltou brincar de malabares com a porra do absorvente. Sim, a menstruada era eu! Mas que cocô! Num determinado momento ela tem a brilhante idéia de perguntar ao homenzinho que me aguardava falar no celular "Este absorvente é da tua cliente?", ela pega o próximo produto para começar a sacudir e gritar e agora é a vez da anta morena "absorvente", não satisfeita: "absorvente sempre livre, com abas, ultrafino...", o pateta finalmente pegou a porra do absorvente da mão da mula. Desligo o telefone e continuo falando sobre o negócio pra me manter acordada e começa tudo outra vez. "Absorvente. Pessoal, de quem é esse absorvente?", a panvel inteira poderia responder em couro: é dessa fulana que taí aí na tua frente.
- Eu não quero mais saber sobre o negócio pra me manter acordada. Se tu diz que funciona eu acredito.
- Certo. Dá oito reais e trinta e dois centavos.
- Moça, se alguém vem comprar um viagra aqui vocês gritam "viagra" também?


Na próxima vez que eu for na panvel perguntarei se gritam supositório.